sábado, 8 de agosto de 2009

Milton Ferreti Jung








Milton Ferretti Jung, radialista e locutor esportivo, nasceu em Caxias do Sul, em 29 de outubro de 1935. Ele trabalha na Rádio Guaíba desde 1958.

Em 1964 passou a apresentar o Correspondente Guaíba e nisto mantém um recorde brasileiro: nenhum locutor se manteve durante tão longo período como apresentador de um mesmo noticiário.

Como narrador esportivo, participou das Copas do Mundo de 1974, 1978 e 1986. Deixou o futebol em 1988 e voltou em 1998, narrando algumas partidas do Grêmio. Milton é pai do jornalista Milton Jung.

Detentor de privilegiados tom e timbre de voz é conhecido como “A Voz do Rádio”.

Daltro D’Arisbo
www.museudoradio.com Fontes : Portal PUC/RS e Entrevistas Internet


Conheça um pouco mais desse grande Radialista acessando o Blog Terra do Rádio.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A História do Rádio no Brasil

A História do Rádio no Brasil

Como inauguração do rádio no Brasil, a primeira cidade a fazer uma transmissão radiofônica foi a cidade de Recife, em 1919. Porém, a primeira emissora instalada foi no Rio de Janeiro, em 1922.
Em 1923, foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro por Roquette Pinto e Henry Morize, dando a ela um cunho educativo. Porém destinado às elites devido a seus altos custos. Ainda na década de 20, o rádio foi se espalhando pelo território brasileiro, mas vivia de mensalidades pagas pelos ouvintes.

Entretanto, na década de 30, surge a rádio comercial devido a inserção publicitária pelo Decreto nº 21.111, de 1º de março de 1932, que correspondia a 10% da programação veiculada. Como resultado, percebeu-se a passagem de erudita para cultura popular com o intuito de atingir o público de massa. De interesses educativos passou-se a mercantins; passou a responder às necessidades coletivas de recreação e informação, sendo manipulador de opinião.
A profissionalização no rádio foi constata a partir das programações melhores distribuídas, da linguagem aprendida e dos objetivos assumidos para conquistar audiências e mercado para os produtos anunciados.
Ainda na década de 30, aparece a propaganda política. César Ladeira, locutor da Rádio Record, em 1932, inaugura um programa com episódios da Revolução Constituinte, em São Paulo. Também surgem os programas de auditório com a participação popular e a Rádio Jornal do Brasil estabelece em sua programação o cunho informativo; nasce também, a Voz do Brasil.
Apesar de estar vivendo sua época de ouro, nos anos 40, conquistando novos públicos e descendo ao popularesco, teve em sua história a intervenção federal, marcando nelas um forte controle social determinado pelo Governo. É nessa configuração social que surge o Ibope – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística – em 1942. A radionovela pioneira, “Em busca da Felicidade”, data-se dessa época. A Rádio Panamericana, de São Paulo, transformou-se em “Emissora de Esportes”. E surge o radiojornalismo com o “Repórter Esso”, “O Grande Falado Tupi”, e “O Matutino Tupi”.
A época de ouro declina-se com o advento da televisão, nos 50. Teve, então, que ir modificando sua programação para necessidades mais regionais. Contudo, teve um grande aliado: o transistor – um elemento eletrônico que possibilitava ouvir rádio em qualquer lugar e hora. Também, criou-se o Serviço de Utilidade Pública, em todo o país.
Nos anos 60, com a Rádio Excelsior, São Paulo, inaugura-se a tendência à programação musical e começam a operar as primeiras FMs como “música ambiente”. Somente na década de 70, elas se tornam canais abertos voltados exclusivamente para programação musical; a primeira, foi a Rádio Difusora de São Paulo. E para sair do marasco dos anos 50, percebe-se cada vez mais a tendência à profissionalização.
Devido à expansão e ao conteúdo da radiodifusão sonora, o Governo mostra sua preocupação criando, em 1976, a Radiobrás – Empresa Brasileira de Radiodifusão, para “organizar emissoras, operá-las e explorar os serviços de radiodifusão do Governo Federal; montar e operar sua própria rede de repetição e retransmissão de radiodifusão, explorando os respectivos serviços; realizar a difusão de programação educativa, produzida pelo órgão federal próprio, bem como produzir e difundir programação informativa e de recreação; promover e estimular a formação e o treinamento de pessoal especializado, necessário às atividades de radiodifusão e prestar serviços especializados no campo da radiodifusão. Atualmente, o Sistema Radiobrás é formado por 38 emissoras de rádio e uma de televisão, atendendo a duas prioridades em suas transmissões: a região Amazônica e o serviço internacional.” Nos anos 70, nasce também, as agências de produção radiofônica, como é o caso do “Studio Free”.

Aparece a “Rede L & C de Rádio, na década de 80, como rede, pois sua fundação é de 1969 – com o objetivo de unir AMs e FMs. A Rádio Jornal do Brasil, em 1982, foi a pioneira na utilização de discos “laser”. Outra contribuição tecnológica importante acontecida foi a transmissão por ondas médias com som estéreo, e ainda, as tímidas transmissões por satélite.

Não existe muita coisa escrita sobre o jornalismo esportivo, apenas citações e narrações breves. Contudo, ele contribuiu muito para criar as imagens mentais no ouvinte. O primeiro locutor a transmitir uma partida de futebol foi Nicolau Tuma, no dia 10 de fevereiro de 1930; aconteceram também, as transmissões de competições automobilísticas.

Hoje, a rádio perdeu seu caráter nacionalista devido à regionalização. O que tem regido os princípios do rádio não é tanto os interesses do público mas a ganância comercial. Assim, as emissoras vão se especializando em determinadas faixas etárias e público, anunciando os produtos comerciais ao público específico. Na busca de definir melhor a especialização do rádio, Artur da Távola denomina o Rádio de Alta Estimulação e de Baixa Estimulação – rádio de mobilização ou de relaxamento.
No entanto, a formação de redes nacionais é algo que cresce, por seu objetivo principal ligado a fatores econômicos. Não só as agências de produção mas também as emissoras buscam essa alternativa, a exemplo da televisão. A primeira rede brasileira de FM foi a Transamérica. Estão estruturadas visando a melhor exploração das potencialidades comerciais do meio. Porém, a crítica que vai de encontro à formação de rede, é com relação às características culturais.

Vai de encontro às produções de massa, as rádios livres – piratas – que querem atingir públicos específicos, regionais e principalmente, minorias marginalizadas. Elas também surgiram há muito tempo, porém, nos anos 70 é que se proliferaram pelo mundo ligadas a movimentos libertários. O que é mais importante nessas redes é o feedback com os ouvintes, que é imediato. No Brasil, esse fenômeno só começou a ganhar corpo na década de 80.

Concluo que a história do rádio é enriquecedora para o nosso país, pois contribuiu muito em sua história erudita, popular, de massa e continuará a contribuir - se forem descobertos caminhos alternativos de resgate da cidadania.
Antonia Alves
Publicado no Recanto das Letras em 29/08/2007
Código do texto: T629950